Presidente Lula aposta em “velha política” para se reeleger em 2026

A pouco mais de um ano da eleição presidencial de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ensaia os primeiros movimentos concretos de sua estratégia eleitoral e, ao que tudo indica, escolheu a cartilha da velha política como bússola de sobrevivência no tabuleiro do poder. Em cerimônia realizada em Osasco (SP), Lula anunciou um pacote bilionário de investimentos para urbanização de favelas, habitação e regularização fundiária, reafirmando sua aposta histórica: obras visíveis, com entrega rápida e impacto direto nas periferias urbanas.

O programa, batizado de Novo PAC Seleções 2025 – Periferia Viva, destina R$ 4,67 bilhões para intervenções em 49 territórios periféricos de 12 estados. O anúncio, estrategicamente cravado no calendário pré-eleitoral, não é apenas um gesto administrativo é uma sinalização explícita do retorno ao velho modelo lulista: obras públicas como instrumento de mobilização eleitoral.

Foto: Jose Cruz/Agência BrasilPresidente Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Entre os destaques, estão milhares de moradias financiadas pelo Minha Casa, Minha Vida, redes de drenagem, esgoto, pavimentação, iluminação e até praças em comunidades historicamente negligenciadas. Só no estado de São Paulo, serão R$ 2 bilhões destinados a 13 comunidades. Em Osasco, as favelas do 13 e do Limite receberão, juntas, mais de R$ 200 milhões. A mensagem é clara: Lula quer ser lembrado onde a memória política mais importa nas urnas das periferias.

A escolha de anunciar o pacote agora, faltando mais de um ano para o fim do mandato, é estratégica. A entrega das obras deverá coincidir com o calendário eleitoral. Trata-se de um recurso clássico da política brasileira: iniciar projetos no fim da gestão para que o impacto visual, emocional e social recaia diretamente sobre o momento do voto. O eleitor, diante da pavimentação recém-inaugurada, das casas recém-entregues, das luzes novas na rua de casa, tende a associar esse “último fôlego” à eficácia do governo. E Lula sabe disso como poucos.

O presidente tenta, com isso, reativar um dos pilares do lulismo: o laço direto com o povo pobre, baseado em resultados concretos e no imaginário da inclusão social pela mão do Estado. Mais do que obras, o governo Lula quer fidelizar emocionalmente o eleitorado das margens especialmente nas grandes cidades, onde o bolsonarismo ainda mantém fôlego.

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