Projeto que ‘salva’ o Piauí de perder deputados será votado; veja o prejuízo milionário que o Estado teria!

requerimento de urgência para votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 177/2023 está como primeiro item da pauta da Câmara dos Deputados para esta segunda-feira (6). A proposta altera a distribuição das cadeiras parlamentares com base no Censo Demográfico de 2022, como determinou o Supremo Tribunal Federal (STF). O texto busca uma solução que evite perdas para estados como o Piauí, que podem perder vagas na Câmara e, por consequência, na Assembleia Legislativa.

Medida busca atender decisão do STF e redistribuir bancadas conforme o Censo

A iniciativa surge após o STF determinar que a atual composição da Câmara, baseada no Censo de 1991, está desatualizada. A Corte deu prazo até 30 de junho de 2025 para o Congresso aprovar nova distribuição, com base no número atualizado de habitantes por estado. Caso a medida não seja aprovada até lá, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá realizar a redistribuição por meio de resolução.

Proposta amplia número total de deputados para evitar perdas

Para evitar que estados com redução populacional sofram cortes no número de deputados, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), propõe ampliar o total de cadeiras de 513 para 527. Com isso, os estados que cresceram demograficamente ganhariam mais assentos, sem a necessidade de retirar vagas de outras unidades federativas.

projeção do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) indica que, com base no Censo de 2022, sete estados deveriam ganhar cadeiras (Santa Catarina, Pará, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso), enquanto outros sete — entre eles o Piauí — perderiam.

Piauí pode perder até duas vagas e milhões em emendas

Piauí está entre os estados que mais sentiriam o impacto caso a proposta não seja aprovada. O estado poderia perder duas cadeiras na Câmara e, com isso, até seis cadeiras na Assembleia Legislativa, devido ao critério de proporcionalidade estabelecido pela Constituição.

Além da perda política, o prejuízo financeiro seria considerável: R$ 303,2 milhões a menos por legislatura em emendas parlamentares individuais, o que corresponde a aproximadamente R$ 75,8 milhões por ano. Cada deputado federal tem direito a indicar R$ 37,9 milhões em emendas impositivas, sendo metade obrigatoriamente destinada à saúde.

Bancada do Piauí apoia proposta para evitar prejuízos

Diante do risco, a bancada federal do Piauí formalizou ainda em novembro de 2023 apoio à proposta liderada por Hugo Motta. O estado tenta garantir que a redistribuição seja feita com aumento do número total de cadeiras, e não com cortes em estados que perderam população relativa.

Se Congresso não agir, decisão caberá ao TSE

Caso o Congresso não aprove a nova lei complementar até 30 de junho de 2025, caberá ao TSE realizar a redistribuição até 1º de outubro do mesmo ano, respeitando os limites mínimos e máximos de deputados por estado (8 e 70, respectivamente). Uma tentativa semelhante feita pelo TSE em 2013 foi anulada pelo STF, sob o argumento de que mudanças só podem ser feitas por lei.

Representação congelada há mais de 30 anos

A atual configuração da Câmara dos Deputados está congelada desde 1993, com base no Censo de 1991. De lá para cá, o país cresceu de 146,8 milhões para 230 milhões de habitantes, conforme o IBGE. A proposta, portanto, busca corrigir distorções na representatividade e evitar prejuízos políticos e financeiros para estados como o Piauí.

Fonte: meionews

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