PT vai transmitir interrogatório de Bolsonaro e mais sete réus no STF
O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que transmitirá ao vivo o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus investigados por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. A oitiva, conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), começa nesta segunda-feira (9), a partir das 14h, e envolve o chamado “núcleo 1”, grupo considerado central na elaboração da suposta trama golpista.
A transmissão será feita pela TV PT, nas redes sociais do partido. “Prepare a pipoca e acompanhe tudo em nossas redes!”, diz a postagem do PT na rede social X (antigo Twitter). Em março deste ano, a sigla também transmitiu o julgamento que tornou Bolsonaro réu
Quem será interrogado
Além de Jair Bolsonaro, o grupo de réus inclui nomes de alta relevância da gestão passada:
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso
– Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
– Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
– Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022
Braga Netto será o único a prestar depoimento por videoconferência, já que está preso. Os demais devem comparecer presencialmente à sala de sessões da Primeira Turma do STF. Os interrogatórios começarão com Mauro Cid, conforme ordem alfabética. Cid fechou acordo de delação premiada e será ouvido primeiro.
Como será a oitiva
Aos réus é garantido o direito ao silêncio, conforme assegurado pela Constituição, especialmente se alguma resposta puder gerar autoincriminação. A sessão ocorre em meio à investigação sobre uma série de crimes atribuídos ao grupo, como: tentativa de golpe de Estado; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; participação em organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado.
No caso específico de Alexandre Ramagem, a Primeira Turma do STF limitou o alcance da acusação, com base na decisão da Câmara dos Deputados que sustou parte dos crimes atribuídos ao parlamentar. Ele responderá apenas por atos praticados antes da diplomação.
Estratégia política
A decisão do PT de transmitir o interrogatório tem caráter político. Em março, quando o julgamento do STF tornou Bolsonaro réu, o líder do partido na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), chegou a solicitar a instalação de uma televisão no gabinete da liderança para que parlamentares pudessem acompanhar a sessão juntos e fazer publicações nas redes sociais em tempo real.
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