“Se Lula me der o passaporte, eu negocio com o Trump”, diz Bolsonaro

Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre produtos brasileiros, como o alumínio. Segundo ele, a medida reflete a perda de relevância econômica do Brasil no cenário internacional.

“Não há ataque à soberania nacional, mas o Brasil está deixando de ser economicamente relevante”, afirmou Bolsonaro. Ele também disse estar disposto a buscar diálogo com Trump: “Os Estados Unidos não têm com quem negociar. Eu acho que teria sucesso em conseguir uma audiência com o Trump. Estou à disposição. Se o Lula me der o passaporte, eu negocio com o Trump”, destacou Bolsonaro

Bolsonaro ainda comparou a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o desempenho da diplomacia brasileira. “O Tarcísio faz mais do que o cara do Itamaraty”, ironizou o ex-presidente, em crítica ao atual Ministério das Relações Exteriores.

O ex-presidente também voltou a defender o trabalho do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA. “Está lá o meu filho, Eduardo Bolsonaro, que tem portas abertas na Casa Branca, no Capitólio. Ele está fazendo mais do que a embaixadora, que não está lá, está de férias, mais do que o chefe nosso aqui, o ministro das Relações Exteriores, que não está lá também, que até agora não conversou com o Marco Rubio, que política externa é essa?”, questionou.

Bolsonaro aproveitou para relembrar a crise semelhante ocorrida durante seu governo, em dezembro de 2019, quando Trump anunciou a reativação de tarifas sobre aço e alumínio do Brasil e da Argentina, acusando os países de manipularem suas moedas. Na ocasião, o então chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Economia, Paulo Guedes, reagiram dizendo que o Brasil não interferia no câmbio e que a decisão afetaria também a indústria americana.

Após uma ligação de 15 minutos com Trump, Bolsonaro anunciou que o republicano havia recuado das sobretaxas, exaltando o “bom relacionamento” entre os dois países à época.

Desde fevereiro de 2024, Bolsonaro está impedido de deixar o país, após ter o passaporte retido por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma operação da Polícia Federal. Ele tem solicitado a devolução do documento, alegando convites para viagens internacionais — entre eles, uma possível ida a Israel e outra para a posse de Donald Trump, caso eleito. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes mantém a restrição.

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