Seca e enchentes dão prejuízos bilionários ao Piauí; nós revelamos o valor!

Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que, ao longo dos últimos 11 anos, o Piauí enfrentou impactos severos provocados por desastres naturais, com prejuízos acumulados de R$ 7,88 bilhões. Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2024, o estado registrou 12 mortes em decorrência desses eventos extremos.

De acordo com os dados, os municípios piauienses decretaram situação de emergência 2.412 vezes devido à seca ou estiagem, além de 112 decretos motivados por fortes chuvas. Durante esse período, mais de 7 milhões de pessoas foram atingidas direta ou indiretamente, muitas delas mais de uma vez — o que representa, em média, dois desastres por habitante.

Perdas para famílias e poder público

A maior parte do prejuízo financeiro — cerca de R$ 6 bilhões — atingiu o setor privado, impactando diretamente as populações afetadas. O setor público teve R$ 854 milhões em perdas, enquanto os danos no campo da habitação somaram R$ 945 milhões. O estudo também mostra que 13.774 pessoas ficaram desabrigadas e 58.558 foram desalojadas em solo piauiense no período analisado.

Cenário nacional: prejuízo se aproxima de R$ 1 trilhão

Em escala nacional, o relatório intitulado “Panorama dos Desastres no Brasil – 2013 a 2024” revela que os danos causados por desastres cresceram exponencialmente, saltando de R$ 8,5 bilhões em 2013 para R$ 732,2 bilhões em 2024. No total, foram registrados 70.361 decretos de emergência ou calamidade em 5.279 municípios brasileiros, o que corresponde a uma média de 13 decretos por cidade.

Segundo o documento, mais de 473 milhões de ocorrências individuais foram contabilizadas. Isso significa que, proporcionalmente, cada brasileiro foi afetado por desastres naturais mais de duas vezes ao longo dos 11 anos de análise.

Setores mais atingidos e baixa execução de recursos federais

Os setores de agricultura (R$ 325,6 bilhões) e pecuária (R$ 94,4 bilhões) lideram a lista dos mais prejudicados, seguidos por perdas em:

  • Saúde pública: R$ 86 bilhões
  • Abastecimento de água: R$ 61,2 bilhões
  • Habitação: R$ 43,4 bilhões
  • Infraestrutura: R$ 42,4 bilhões
  • Transportes: R$ 23,3 bilhões
  • Indústria: R$ 9,5 bilhões

Apesar dos impactos significativos, o volume de recursos efetivamente investido em ações de prevenção e mitigação ficou muito aquém do necessário. Dos R$ 13,4 bilhões autorizados para prevenção e gestão de riscos, apenas R$ 5,3 bilhões foram de fato repassados, o equivalente a 39,8% do total previsto.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, criticou duramente a baixa execução dos repasses federais:

“O governo federal só repassou R$ 5,3 bilhões aos Municípios para ações de proteção e defesa civil, o que representa somente 39,8% prometido. Não adianta fazer um inventário, ir atrás do dinheiro, porque não vem nada, é zero. Dos decretos de situação de anormalidade, só 48% dos Municípios preencheram os danos causados e mesmo assim de forma muito elementar, porque os prefeitos não acreditam mais no governo federal.”

O estudo completo pode ser consultado no site oficial da Confederação Nacional dos Municípios.

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