Senado Federal aprova conta de luz gratuita para famílias de baixa renda

O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) a Medida Provisória (MP) 1.300/2025, que garante isenção total da conta de energia elétrica para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O governo estima que até 60 milhões de consumidores possam ser beneficiados pela medida, que segue agora para sanção presidencial.

A votação foi concluída poucas horas antes da MP perder a validade: o placar registrou 49 votos a favor, três contra e três abstenções. A proposta já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados; a pressa na tramitação veio após pedido de urgência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dois dias antes.

Foto: Marcello Casal JrAgência BrasilConta de energia elétrica

Conta de energia elétrica

Pela nova regra, ficam isentas da tarifa social as famílias cujo consumo mensal não ultrapasse 80 kWh, desde que a conta esteja em nome do beneficiário cadastrado no CadÚnico. Além disso, beneficiários do BPC (idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência) terão direito à gratuidade ou a descontos previstos na MP. Comunidades rurais, indígenas e quilombolas também recebem tratamento específico com desconto ou isenção.

A partir de janeiro de 2026, a MP amplia a proteção: famílias com renda entre meio e um salário mínimo, inscritas no CadÚnico, deixarão de pagar a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para consumo de até 120 kWh mensais. Hoje, a tarifa social oferece descontos graduais que variam entre 10% e 65% para consumos de até 220 kWh. Mesmo com a isenção total, cobranças como ICMS e taxa de iluminação pública poderão permanecer, conforme legislações locais.

O Ministério de Minas e Energia projeta um impacto anual de R$ 3,6 bilhões com a medida. Segundo o governo, esse custo será compensado por mudanças estruturais no setor, como a abertura do mercado livre de energia e a revisão de subsídios. Críticos, porém, questionam a viabilidade e solicitam mais detalhamento sobre as fontes de compensação.

A MP também atribui à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a atribuição de definir modalidades tarifárias, o que gerou reação do setor de energia solar. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) alertou que a medida abre espaço para a adoção de tarifas binômias, cobrança de uma parcela fixa além da proporcional ao consumo o que, na visão da entidade, pode criar insegurança jurídica e onerar consumidores que geram sua própria energia.

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