STF gastou mais de R$ 4 milhões com agência investigada no caso do INSS

O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou contrato com a agência Orleans Viagens e Turismo em setembro de 2022 para emissão de passagens, roteiros e seguro-viagem, desembolsando R$ 4,4 milhões até setembro de 2023. A empresa foi citada pela Polícia Federal em investigação sobre fraudes no INSS, incluindo descontos indevidos em aposentadorias e movimentações suspeitas de recursos da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Contag).

Segundo o relatório da PF, a Orleans recebeu cerca de R$ 5,2 milhões da Contag, entidade que teve seus convênios suspensos pelo INSS após abertura da investigação.

Foto: Gustavo Moreno/SCO/STFSede do Supremo Tribunal Federal

Sede do Supremo Tribunal Federal

O documento apontou ainda que a agência possuía bens incompatíveis com faturamento declarado, incluindo 12 veículos de alto padrão, como Porsche 911, Dodge Ram Rampage e Volvo XC60, e movimentou valores expressivos sem vínculo aparente.

As suspeitas levantadas envolvem possível desvio de recursos públicos, intermediação em favor de terceiros, sonegação fiscal e tentativas de burlar o sistema financeiro. A Orleans passou a ser alvo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS, com requerimento do senador Izalci Lucas (PL-DF) para quebra de sigilo bancário da empresa entre janeiro de 2019 e julho de 2025.

O contrato com o STF foi utilizado para viagens de ministros, roteiros e emissão de passagens, mas chamou atenção pela associação da agência a valores e movimentações suspeitas. Investigadores destacaram que a Orleans acumulou patrimônio elevado, incompatível com sua operação declarada, reforçando a necessidade de fiscalização detalhada.

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