STF proíbe Bolsonaro de acessar redes sociais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de mais uma ofensiva da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília, e agora está proibido de acessar redes sociais e obrigado a usar tornozeleira eletrônica. As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da petição sigilosa PET 14129, que apura crimes como coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.
A decisão do STF também impôs outras restrições ao ex-presidente, como o recolhimento domiciliar durante o período noturno, a proibição de se comunicar com embaixadores e diplomatas, de se aproximar de embaixadas e de manter contato com outros investigados. As medidas foram solicitadas pela PF com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a Bolsonaro, incluindo sua casa, no bairro Jardim Botânico, e seu escritório político, localizado na sede nacional do Partido Liberal (PL), legenda à qual ele é filiado. O ex-presidente deve comparecer à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.
Investigado por cinco crimes no STF
Jair Bolsonaro já responde a uma ação penal no STF apresentada pela PGR, na qual é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Caso seja condenado, a pena pode chegar a até 43 anos de prisão.
Em entrevista à CNN Brasil na quarta-feira (16), o ex-presidente classificou a denúncia como um absurdo e afirmou que está indignado. Ele negou qualquer intenção de pedir asilo internacional ou deixar o Brasil. “Vou continuar lutando com as armas da lei”, declarou.
Operação
Operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta-feira (18) em Brasília, sob ordem do ministro Alexandre de Moraes no âmbito da PET 14129, incluiu mandados de busca e apreensão na residência de Jair Bolsonaro, no Jardim Botânico, e em seu escritório na sede do PL.
A ação foi motivada por investigações sobre supostos crimes relacionados a golpe de Estado, obstrução da Justiça e coação no curso do processo, conforme relato oficial da PF.
Carta de Trump
Na noite dessa quinta-feira (17), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou uma carta endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que afirma que o aliado é alvo de “ataques” por parte de um “sistema injusto” no Brasil.
“Este julgamento precisa parar imediatamente”, escreveu Trump, referindo-se à ação penal em que Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em um suposto plano de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Injustiçado
Ainda nessa quinta (17), durante entrevista coletiva, o ex-presidente Bolsonaro afirmou que se sente injustiçado com o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada após reunião com aliados no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em Brasília.
“É uma injustiça o que estão fazendo comigo, com as pessoas que estão presas. Ninguém tentou dar um golpe”, disse o ex-presidente. Bolsonaro ainda se defendeu das acusações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. “Eu estou sendo também processado por depredação de patrimônio. Eu estava nos Estados Unidos”, declarou o ex-chefe do Executivo.
“Traidores da pátria”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou, durante discurso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) nessa quinta-feira (17), Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Segundo o petista, o ex-presidente e sua família devem ser tratados como os maiores “traidores da pátria” dos séculos XX e XXI.
“Eles agora têm que ser tratado por nós como os traidores do século 20 e do século 21 da história desse país”, afirmou Lula.
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