Valdemar diz que condenação de Bolsonaro deve ser respeitada e irrita aliados do ex-presidente

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou neste fim de semana, durante um evento em Itu (SP), que considera exagerada a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada na última semana. Apesar disso, ele ressaltou a importância de respeitar a decisão da Corte. “O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, afirmou.

Durante o debate, mediado pelo deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP), Valdemar comentou que houve um planejamento de golpe de Estado, mas ponderou que o plano não chegou a ser executado. Ele ainda afirmou que o julgamento avançou com o apoio do atual governo: “O Supremo só está fazendo isso porque tem o apoio do governo, o Lula está do lado deles”, disse.

Foto: Valter Campanato/Agência BrasilValdemar Costa Neto

Valdemar Costa Neto

As declarações do presidente do PL provocaram reação entre aliados próximos de Bolsonaro, que interpretaram os comentários como uma tentativa de distanciamento político do ex-presidente. Paulo Figueiredo, aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reagiu nas redes sociais: “não estamos nesta [palavrão] de dar gosto à toa”, em referência às articulações internacionais de Eduardo e do próprio Paulo contra aqueles que condenaram Bolsonaro.

O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro de Bolsonaro, também comentou indiretamente: “não foi por falta de aviso”, sugerindo que Valdemar poderia se afastar do ex-presidente. Já o ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, foi mais enfático: “Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”.

Entre aliados de Bolsonaro, cresce a percepção de que Valdemar estaria se afastando e preparando terreno para apoiar outro nome em 2026, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), sendo o principal cotado. A demora de Bolsonaro em indicar um sucessor preocupa o Centrão, que teme dificuldades semelhantes às enfrentadas pelo Governo Lula em 2018, quando a definição tardia do candidato dificultou articulações e alianças políticas.

Apesar das especulações, Valdemar reafirmou seu apoio a Bolsonaro, afirmando que seguirá ao lado do ex-presidente e apoiaria até mesmo um candidato da família, como Eduardo Bolsonaro, caso essa seja a escolha.

Condenação e eleições

Na última semana, a Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado. Bolsonaro nega envolvimento nos atos e afirma que não houve planejamento de golpe de Estado.

Valdemar também demonstrou confiança em uma eventual candidatura de Bolsonaro em 2026 e defendeu a união da direita no Congresso Nacional, destacando que uma eventual anistia precisaria ser discutida no Legislativo. “Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão. O Bolsonaro não tinha o Congresso com ele quando precisava, tinha que negociar com emenda”, concluiu.

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