Bebês reborns movimentam milhões e já chegaram no Piauí: Saiba o custo e como é a produção

Eles choram, mamam, usam fraldas, têm veias aparentes, cabelos implantados fio a fio e olhos que brilham como os de um recém-nascido. Os bebês reborn, bonecos esculpidos com impressionante grau de realismo, deixaram de ser apenas uma curiosidade e se consolidaram como uma verdadeira febre no Brasil. Produzidos de forma artesanal, eles despertam sentimentos profundos, viram objetos de coleção e movimentam um mercado milionário que mescla arte, cuidado emocional e empreendedorismo.

Em Teresina (PI), por exemplo, já é possível encontrar artesãs especializadas na produção dessas peças. As vendas são feitas sobretudo pelas redes sociais, com destaque para o Instagram, onde os perfis de “cegonhas” — como são chamadas as criadoras — se multiplicam.


Quanto Custa um Bebê Reborn?

O valor de um reborn pode variar bastante, de acordo com o nível de personalização e a complexidade da peça. Os preços se distribuem de forma ampla:

  • Modelos básicos, geralmente feitos em escala e com acabamentos simples, partem de R$ 300.
  • Reborns intermediários, que contam com mais realismo e personalização, costumam custar entre R$ 1.500 e R$ 3.000.
  • Já os exemplares de luxo, considerados verdadeiras esculturas únicas, ultrapassam os R$ 3.500 e podem chegar a mais de R$ 8.000, dependendo das exigências do cliente.

Entre os diferenciais mais valorizados, estão pele com textura realistaolhos de vidroexpressões faciais específicas e cabelos implantados manualmente — tudo isso pode elevar significativamente o valor final da obra.


Um Processo Cuidadoso e Minucioso

Criar um bebê reborn exige técnica, paciência e atenção a detalhes minuciosos. O processo envolve várias etapas artesanais:

  • Pintura por camadas, reproduzindo com exatidão as tonalidades da pele de um bebê real, incluindo veias, rubores e marcas.
  • “Micro rooting”, uma técnica demorada que insere fios de cabelo um a um, podendo levar até seis horas apenas na região da cabeça.
  • Montagem e finalização, com uso de vinil siliconado para dar peso e maleabilidade ao boneco, além da escolha de roupinhas e acessórios personalizados.

Simone Fortuna, uma das artistas mais conhecidas nesse segmento, dedica-se há anos ao aperfeiçoamento dessa arte e também ministra cursos para formar novas “cegonhas”.


Muito Além do Brincar: Um Fenômeno Emocional e Comercial

A demanda por reborns vai muito além das crianças. Muitos adultos — especialmente mulheres — adquirem os bonecos como forma de lidar com perdascurar traumas emocionais ou mesmo reviver a experiência da maternidade.

Também há quem se dedique ao colecionismo, buscando exemplares únicos, assinados por artistas renomados, o que aumenta ainda mais o valor simbólico e financeiro da peça.

Do ponto de vista econômico, o mercado é altamente lucrativo. A artesã Karen Falcão, de Belo Horizonte, afirma faturar até R$ 40 mil por mês, com picos de venda em datas como Dia das Mães e Natal. “É um trabalho de amor e paciência, mas também de muito retorno”, comenta em entrevistas.


Uma Arte que Ganha o Brasil

De norte a sul do país, o universo dos bebês reborn cresce rapidamente. Redes sociais impulsionam vendas, tutoriais despertam novos talentos e cursos profissionalizantes ampliam o alcance da técnica. Mais que bonecos, os reborns se tornaram um fenômeno cultural que une estética, emoção e mercado — e tudo indica que essa tendência ainda está longe de perder força.

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